Muitas vezes, alguns pais se fazem essa pergunta. Se devem levar, se mantém do jeito que está, se devem pensar melhor quanto a esta decisão, quando seria o melhor momento? Será que seria melhor quando ele crescer mais um pouco? Quando estiver mais velho, vai ter menos dificuldades, afinal a esperança é de que tudo melhore.
Mas e se não melhorar?
Sempre é dito, a todos os pais em todas as entrevistas iniciais, que o intuito da psicoterapia infantil é auxiliar a criança em seu desenvolvimento, autoconhecimento, na percepção e resolução de eventuais medos, receios, insatisfações e angústias.
Mudanças radicais na vida da criança tais como: separação dos pais, a chegada de um irmão mais novo e a mudança de escola podem desencadear alterações de comportamento. Quando apenas o suporte da família não é suficiente para que a criança enfrente e elabore este momento, é hora de procurar a ajuda de um profissional. O acompanhamento de um psicólogo infantil colabora para que as crianças consigam lidar melhor com seus sentimentos, seja raiva, medo, ciúme, insegurança, ansiedade ou até mesmo a depressão.
Então neste texto darei 6 exemplos de situações, onde os pais e responsáveis devem estar alertas a necessidade de uma ajuda profissional. É importante que os responsáveis estejam atentos a comportamentos das crianças que indiquem que é necessário a ajuda de um psicólogo. A tristeza excessiva, prostração, apatia, perda de interesse, agressividade ou choro excessivo… podem ser sinais de que algo não vai bem.
Os sinais:
1. Alteração brusca ou exagerada de comportamento
Pode acontecer de a criança mudar exageradamente seu modo de se comportar, sem que isso necessariamente signifique um problema. No entanto, por vezes, essas mudanças podem prejudicar a saúde ou os relacionamentos, gerando sofrimento. Essas alterações no comportamento, normalmente, ocorrem no sono (quando faz xixi ou se recusa a dormir sozinho, quando antes o fazia); na alimentação (comendo exageradamente ou deixando de ter apetite) ou na escola (por problemas comportamentais ou de aprendizagem), que se torna uma grande aliada dos pais por ter a oportunidade de observar a criança ao longo do dia, quando os pais não estão presentes.
2. Comportamentos agressivos
A agressividade exagerada, quando não resolvida por conversas em família, pode ser um sinal de que a criança não está lidando bem com algum sentimento ou situação, sendo indicado procurar ajuda profissional para que a criança encontre formas melhores de externalizar sua raiva e tristeza.
3. Muita agitação, inquietude ou dificuldade em manter a atenção
Atualmente, muitas crianças são diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e acabam sendo medicadas, por vezes sem real necessidade. Em casos de agitação, inquietude e falta de atenção, a terapia pode ser uma grande aliada, ajudando não só a criança, como também os pais e familiares a lidar com a situação. Na maioria das vezes, uma mudança de comportamento e atitude dos responsáveis pode até mesmo resolver o problema da criança, uma vez que eles exercem grande influência sobre o que as crianças sentem, pensam e como se comportam.
4. Problemas escolares
Seja por problemas comportamentais, seja por alguma dificuldade de aprendizagem, a psicoterapia infantil tem muito a contribuir nestes casos, orientando os pais e a escola da melhor forma possível.
5. Regressão de alguma fase do desenvolvimento
Essa característica é extremamente comum quando há a chegada de um irmãozinho, por exemplo, ou em situações em que a criança se sente insegura por algum outro motivo. Nesse caso, é importante ficar atento e observar a criança. O acompanhamento de um profissional pode ajudar bastante.
6. Saúde prejudicada, principalmente quando não há uma causa biológica
Às vezes, as crianças ficam doentes sem que os pais encontrem uma causa biológica ou física. É preciso estar sempre atento aos sintomas, pois, muitas vezes, o que as crianças não conseguem verbalizar, aparece como sintoma, seja comportamental ou físico. O que chamamos de somatização, onde simplesmente é corpo falando pela criança.
Outras dúvidas que sempre surgem: e como é o trabalho do psicólogo infantil? O que meu filho vai fazer na consulta com um psicólogo? Afinal, a sessão de terapia de crianças e adultos possui dinâmicas e abordagens diferentes. Se você está em dúvida se deve ou não consultar um profissional para seu filho, esclareço como podemos ajudar:
O psicólogo infantil trabalha basicamente a partir do lúdico. Assim, a criança vai às sessões e brinca algumas vezes, tanto com o terapeuta quanto sozinha e, enquanto isso, suas questões são abordadas de forma indireta. Dessa forma, os conteúdos são mais facilmente acessados pelo psicólogo, pois a criança os expressa por meio do brincar. A participação dos pais nesse processo é fundamental, pois o trabalho realizado pelo profissional (seja pediatra, psiquiatra, neuro ou psicólogo) depende muito do envolvimento ativo da família no tratamento da criança. É importante que os pais conheçam os filhos minuciosamente, os observando em casa, para que possam contribuir com o trabalho do terapeuta.
Caso tenha experienciado alguma(s) das situações acima descritos, não deixe de marcar sua consulta.
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Laís Alves da Silva
Psicóloga
CRP: 06/142575
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